terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ESTOU FELIZ! MUITO FELIZ!

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O propalador de sua própria felicidade tem a mesma sina do pregador de suas virtudes: quanto mais fala, menos lhe acreditam.
Pouco ou nenhum ganho se aufere com esse labor. A experiência tem mostrado que os insatisfeitos correm a demonstrar o que lhes falta como se já o tivessem, como forma de se auto-afirmarem, ao passo que os satisfeitos não propendem a gastar seu tempo divulgando suas venturas - preferem vivenciá-las.
Repetir uma mentira até que se torne em verdade constitui filosofia Goebbeliana. A Goebbels, prefiro Gandhi que preconizava ser a verdade preferível à mentira, quaisquer que fossem ambas, e complementava: “o fato de se ignorar a verdade não faz com que ela deixe de ser verdadeira”.
E assim como Goering que, em sua defesa ante a corte de Nuremberg, atacou as práticas racistas e discriminatórias dos países vencedores, é provável que a essa asserção oponham o surrado argumento de que “a felicidade alheia incomoda”.
Talvez seja esse mesmo o intuito almejado: ‘incomodar’ - o que demonstra pronunciada venalidade inocente, uma vez que se ignora que, às pessoas de bem, folga a alegria alheia, e aquelas a quem esta incomoda são justamente as que correm em demonstrar felicidade ainda maior, numa insana disputa de vaidades e mentiras.
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