quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

Desejo a todos um feliz Natal, junto aos seus, em harmonia e paz.
Desejo que um sentimento de compleição lhes invada a alma, porque é isso, mais que tudo, que realmente confere à vida o seu valor.
Um grande e fraternal abraço.

post scriptum: Se puderes, faças uma diferença na vida de alguém. Um pequeno gesto, um carinho, atenção... qualquer coisa que não seja previsível. Algo inesperado. Algo bom. Isso poderá fazer uma grande diferença: quem sabe motivará o 'recebedor' a fazer o mesmo por outrém, e aquele por outra pessoa ainda, e assim por diante. Aí você terá feito mais do que acumular dinheiro e prover os seus. "vós pouco dais quando dais de vossas posses. Vós realmente dais quando dais de vós próprios".

PÉROLA

Se você leu os textos anteriores, entende minha contrariedade com a “postura social” reinante. Mas, pasme, eis que nem tudo está perdido! Bem, talvez eu esteja sendo otimista demais. Mas o fato é que ainda é possível encontrar pessoas (raríssimas, infelizmente) que não se contaminaram com essa “praga das plagas”.

Acredite! Encontrei alguém que ainda se importa em ensinar o que sabe, sem se preocupar com a possibilidade de ferir o vaidoso princípio da “reserva intelectual”. Alguém capaz de lisonjear-se sinceramente com um elogio e, melhor, ainda demonstrar gratidão! Alguém capaz de regozijar-se com pequenas cortesias e ainda agradecer por elas! Juro! Ainda existem pessoas assim! Do tipo que, ainda que “tenha”, não se importa em mostrar que “tem”. Ainda que “seja”, não se interessa por mostrar o quão “é”. Diferente das hordas de “deuzinhos de peito de aço e pés de barro”, demonstra humildade quando outros ostentariam fauto e empáfia.

Estupefato, constatei tal fato. E senti uma imensa gratidão... pela gratidão! Contentamento por perceber que pequenas coisas, detalhes, gestos corteses, ainda podem importar, desinteressadamente, apenas pelo fato de que tornam a vida melhor! Ah, deveria haver mais pessoas assim no mundo! Ele com certeza seria um lugar melhor.

Nomes? Não importam! Cargo, papel social? Ainda menos! Importa o sentimento. A sensação de "gratidão pela gratidão". Um sorriso sincero, amável, que todos, algum dia, deveriam sentir, e que todos, todos os dias, deveriam demonstrar.

Eu, honestamente, espero que você encontre pessoas como esta, em sua vida. Torná-la-ão melhor, se você não for um (a) “tosco (a)”. E, quando encontrar, não se esqueça de dizer o que eu disse, e reitero, agora por escrito: “OBRIGADO”!

"NO BRAIN, NO PAIN"

Provavelmente outro reflexo da “mudança” sócio-econômica e cultural (?) a que o texto anterior alude seja a acentuação da tendência natural humana de julgar-se mais e melhor que o seu próximo e, portanto, superior!

Meu Deus! Que dificuldade há hoje para se relacionar com as pessoas! Até mesmo "chegar" a elas. Penetrar-lhes os “muros” psicológicos auto-circundantes que protegem seus inflados egos e blindam-lhes o “self” perceptivo que lhes conferiria uma chance de mostrarem-se menos empafiosos – e vazios!

Achas que exagero? Então constates por si. Já percebeu que hoje em dia tornou-se praticamente impossível “dialogar” com alguém? Eu falo sério! Repare! Enquanto seu interlocutor lhe fala, você o escuta. Quando chega a sua vez de falar, o agora ouvinte faz tudo, menos prestar-lhe atenção! Olha para os lados, interrompe-lhe a fala, pede-lhe licença e sai, conversa com outra pessoa... Você simplesmente não lhe importa!

Tente se aproximar de alguém. Tente tecer um elogio a alguém. Primeira reação: “o que ele (a) está querendo de mim?”. Segunda reação: provavelmente desprezo.

Envie um email a um conhecido dizendo-lhe algumas palavras amistosas. Melhor: envie para dez. Espere a resposta. Dois, três com sorte, lhe responderão.

Se se elogia a virtude de alguém, passa-se por “puxa-saco”! Ou interesseiro! Ou ambos... Por outro lado, se se ignora a virtude de alguém, passa-se por invejoso. Não se tem saída! Há de se viver na mediocridade ad eternum!

Mundinho chato para quem pensa! Sábia máxima: “no brain, no pain”!

EU, ENGANADO!

Uma das coisas que ‘descobri’ nesse ano de 2010 foi que... fui enganado! Ou melhor, enganei-me! Sim... Sabe daqueles enganos “homéricos”? Sabe quando se acredita em algo por anos, décadas, e, perplexo, descobre-se haver se enganado? A mim aconteceu! Se você já passou por isso, deve saber o tamanho da frustração que se abate sobre o “desiludido”.

Dividi-lo-ei...

Eu sempre tive uma certeza. Carreguei-a comigo por décadas... Eu via a condição sócio-econômica das pessoas, na média, e condoia-me. Penalizava-me pensar que este pobre e sofrido povo carecia de educação e cultura por reflexo conseqüente das demais carências, em particular a econômica. Dedução lógica! Ora, ganhando-se salário de menos de setenta dólares, como se pode pensar em adquirir cultura? Estando-se desempregado, provavelmente com fome, como se preocupar com cultura? A educação é a primeira vítima da fome! Esta a primeira parte da minha "construção mental".

A segunda: eu sempre, sempre pensei que cultura e educação e civilidade e cidadania eram tintas de um mesmo quadro harmônico. Caminhavam, desenvolviam-se juntas, simbioticamente.

Bem, agora basta “ligar os pontinhos”: melhorando-se a situação econômica de um país, as pessoas terão condições de acessar fontes de cultura, educação; desenvolver-se-ão, tornando-se cidadãos mais educados, corteses, e uma sociedade melhor decorrerá de tal mudança. Rsssssssssss... Quem disse que o mundo tem lógica?

Eis a "Terra de Vera Cruza" enriquecendo! Oba! Agora sim poderemos ver crianças bebendo na fonte do conhecimento formal decente, sólido, edificante. Agora sim poderemos ver jovens mais bem-formados, responsáveis. Adultos mais educados, corteses, civilizados! Agora sim poderemos, enfim, ver algum vestígio de mesura nos modos; sementes, aqui e ali, de preocupação com a coletividade, respeito para com o próximo, um esboço de gestos corteses e português minimamente bem falado e escrito. Afinal, o “bolo crescido começa a ser dividido”! Mas... eis que “Deu (-se) fim” ao meu tão ‘lógico’ sonho infantil.

Perplexo observei o “plus” econômico, a migalha do inimaginavelmente crescido “bolo” até ontem dividido por poucos, o quinhão que a cada um começa a ser dado, teve destinação bem diversa! Transformou-se em carros, carros e mais carros. Motocicletas. Apartamentos-pombais com vergonhosos 41 metros quadrados de área. Transformou-se em TVs de plasma full HD, em churrascos e cervejadas barulhentas todos os finais de semana. Num aumento sensacional na venda (e queima) de barulhentos fogos de artifício (estouram-se-os a todo momento, por toda parte, sem eu entender exatamente o porquê!). Celulares... Abundância! Que bênção! Mas...

Eis que se esqueceu de gastar um pouquinho dessa ‘polpuda migalha’ com educação, cultura... e, o que era para ser a “hora da virada”, virou a "hora do pesadelo"! Ah, Deus! Que inferno se transformaram as ruas, o trânsito. Vias apinhadas de veículos conduzidos por “deuzinhos insuflados” pela falsa sensação de poder, por, enfim, ter-se um carro zero (ou ao menos um carro!), ‘senhores’ de peito de aço e pés de barro, de nariz empinado, prontos para xingar, cometer infrações e imperícias (bareiragens, mesmo!) absurdas, expor com todas as cores a sua falta de educação e seu desprezo pelo próximo.

Antes, professores apanhavam de alunos. Hoje são mortos!

A esperada cortesia e civilidade que acompanha a abundância, deu lugar a um teatro de horrores interpretado por anônimos atores incultos e deseducados. O que era para melhorar, piorou...

E eu me enganei...

Hoje a ermitania já não me parece assim tão ilógica...

Bem, mas quem foi que disse que a vida é lógica?

AGRADECIMENTO

Muito, muito prazer em poder voltar a escrever algumas linhas neste espaço que despretensiosamente criei para compartilhar, com meia dúzia de amigos, minhas reflexões, mas que, a despeito da precariedade de manutenção devida à exigüidade de tempo, ainda assim, recebeu, em menos de um ano, 1393 visitas devidas a 711 visitantes, sendo 661 do Brasil, 31 de Portugal, 12 dos Estados Unidos, e o restante de outros países, dentre eles, Rússia, Japão, Espanha, etc (fonte: Google Analytics). Isso me honra, principalmente se considerarmos que, mesmo não fazendo uma única postagem em meses, a média de visitação não decaiu, e o tempo médio de permanência, por visitante, ainda se mantém próximo dos quatro minutos. Isso, somado ao incentivo de algumas “pessoas-chave”, compeliram-me a voltar aqui, mesmo extenuado por uma sobrecarga de serviço que se estendeu por meses e ainda se sustém, para dividir algumas reflexões havidas neste “longo ínterim” e, mormente, nas últimas semanas.

Antes, porém, quero agradecer, de coração, aos visitantes desta página. Espero, de alguma forma, acrescentar-lhes algo, algo construtivo – ou ao menos útil! – em justa paga pela honra que me concedem ao aqui “aportarem”.

OBRIGADO!