terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Breve análise sobre as raízes das diferenças entre homens e mulheres (continuação)


Outras diferenças comportamentais encontram explicação no passado remoto.
Observe o comportamento masculino: homens não gostam de ser contrariados, tentam dar solução a tudo. Se a mulher lhe apresenta um problema, ainda que a título de desabafo, ele tentará resolvê-lo, pouco se importando com as lamúrias da mulher que, mal sabe ele, não esperava e nem queria ouvir as possíveis soluções, mas apenas ‘desabafar’.
Homens não admitem errar, principalmente se for o caminho a ser seguido num trajeto de carro ou em questões profissionais.
Tudo isso se deve ao fato de que resolver problemas, conduzir com segurança e precisão e triunfar profissionalmente são fatores diretamente ligados á segurança e sustento da sua família.
Note que não apenas fatores biológicos e psicológicos intervêm agora. O condicionamento sócio-cultural é forte fator de manutenção de hábitos seculares.
Por seu turno, a mulher apresenta peculiaridades comportamentais de difícil intelecção pelo homem. Uma delas é o fato de, via de regra, priorizarem a consolidação de relacionamentos com homens de posses materiais opulentas em detrimento dos menos abastados. É comum observar homens indignados com a constatação de tal fato. Julgam-nas ‘interesseiras’. Ouve-se, comumente: “Se eu tivesse um carro importado (ou uma fazenda, ou algo de valor monetário considerável), eu me daria bem!”. Provavelmente estejam certos, em parte dos casos. Mas não porque sejam interesseiras, as mulheres. A explicação, mais uma vez, remonta à pré-história.
Vejamos: na divisão de tarefas visando a sobrevivência, num passado remotíssimo, cabia ao homem prover sua prole, e à mulher cuidar dela. Puro instinto de sobrevivência! O objetivo era a manutenção da espécie, sua preservação. O foco principal era a prole, os filhos! Pouco importava à mulher os ‘belos olhos azuis’ do seu companheiro. Importava se ele os proveria – a ela e aos seus! Maior valor teria aquele que tivesse maiores condições de garantir o sustento visando o sucesso da raça na luta pela vida.
Nietzsche deve tê-lo vislumbrado (ou não!) quando, em meio a crises de ‘dor de cotovelo’ motivadas por uma tal Salomé, afirmou, com toques de amargura incontida, que, para a mulher, o homem é apenas um meio - os filhos são o fim.
O mesmo fato justifica outra observação comum na sociedade atual: a preferência feminina por homens ‘musculosos’. Ora, quem, no passado longínquo, teria melhores condições de prover a prole? Os fortes ou os franzinos?
Obviamente o condicionamento social de milênios deve ter esmaecido muito tais traços instintivos, mas, decerto, não totalmente.
Da mesma maneira que homens sentem, mesmo sem perceber, impulso no sentido de se deitarem mais próximos à porta do quarto, as mulheres tendem a optar por melhores ‘provedores’.
Evidentemente que todas as referências aqui feitas, dizem respeito à média das pessoas. Incorreria em inocente erro quem julgasse que me refiro aos gêneros como um todo, desconsiderando deliberadamente os desvios. Generalizações insultam a inteligência.
Muitos outros exemplos desse tipo campeiam nosso cotidiano. Constitui interessante exercício, identificá-los.
Creio que a evolução social e cultural, em dias atuais em franca aceleração, tenderá a eliminar ao longo das décadas ou séculos vindouros, tais vestígios antepassados. Mas estou certo de que ainda teremos de conviver com eles por muitas gerações. Assim, parece-me salutar que procuremos, ao menos, entender os motivos de tais diferenças e incongruências comportamentais a fim de diminuir os pontos de atrito relacional.



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