segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Breve análise sobre as raízes das diferenças entre homens e mulheres


Há, entre os autores, duas linhas básicas que versam acerca do comparativo entre homens e mulheres: uns tentam aproximá-los, minimizando suas diferenças. Outros acentuam o distanciamento comportamental e fisiológico, defendendo serem pronunciadas e inumeráveis as diferenças. Há quem diga que a única coisa em que se assemelham homens e mulheres é o fato de terem um ancestral em comum.
Exageros à parte, concordo que há diferenças realmente gritantes, mas muita similaridade também, mormente se considerarmos o aspecto social, e ainda mais se consideramos a evolução e a revolução social por que passamos.
De maneira geral, podemos classificar as diferenças comportamentais entre homens e mulheres como sendo de natureza biológica ou sócio-cultural.
As diferenças biológicas são fartamente tratadas em livros e publicações científicas, revistas médicas, sites especializados, etc. Não me aterei a esse aspecto por por este motivo e por não dominar suficientemente o assunto.
Já as diferenças sócio-culturais estão menos esclarecidas por não serem tão divulgadas e por serem estudadas por ciências sociais, mais recentes que as ciências biológicas e de métodos investigativos menos diretos.
Tais diferenças podem ser explicadas por diversos segmentos das ciências sociais como a sociologia, a antropologia, a psicologia e, mais recentemente, pela sócio-biologia.

A História, que não é exatamente uma ciência, contribui coadjutoriamente.
O dispêndio de tempo e esforço para demonstrar a integração entre as várias contribuições dessas ciências torna tal labor proibitivo para o escopo desse texto e o fim a que se destina, por isso, dispensarei tal etapa, passando a enumerar algumas das mais pronunciadas diferenças observadas, demonstrando, quando possível, as origens e mecanismos analíticos referentes à respectiva ciência que as isolou e comprovou, bem como seus métodos.
Diferenças entre homens e mulheres existem, por óbvio, desde sempre e sempre existirão. Gêneros diferentes, fenótipos diferentes, anatomia e fisiologia diferentes. Até aqui, tudo biológico. Mas... será mesmo que elementos como a compleição (‘compleição física’ é pleonasmo!) dever-se-iam apenas a fatores biológicos? Não!
De fato, o homem é, via de regra, maior e fisicamente mais forte do que a mulher. Entretanto, há espécies animais em que ocorre o contrário: a fêmea é mais forte e mais ágil que o macho. Tais disparidades, nesses casos, são justificadas pelo fato de que à fêmea cabem tarefas que demandam maior dispêndio de força e energia na busca pela sobrevivência.
Ora, por que seria diferente com a raça humana? De fato, a antropologia demonstra que, em tempos pré-históricos, cabia ao homem, no labor pela sobrevivência, a tarefa de proteção e provimento. Ou seja, era o homem que, desde a época das cavernas (paleo-, meso-, neolítico), deveria cuidar da segurança dos seus e provê-los de alimentos.
Esta tão simples distinção foi responsável por inúmeras diferenças surgidas ou aprofundadas entre os gêneros. Por exemplo: para caçar e lutar, sua musculatura deveria ser mais desenvolvida. Sua pele mais grossa. Sua estrutura óssea mais densa. Tudo isso se observa até hoje.
Mas não só isso! Os homens que lerem isso, hão de se lembrar de sua infância – é comum garotos em tenras idades sentirem medos infantis do que há por trás da porta, atrás do guarda-roupas, atrás do muro. Já as mulheres, é provável que se lembrem da época que, ainda na infância, temiam (e às vezes temiam muito!), o que havia debaixo da cama.

A explicação para isso? Os homens pré-históricos, em particular nas eras mais antigas, dormiam sob as copas das árvores, enquanto as mulheres dormiam sobre os galhos das mesmas, protegidas. Dessa forma, para o homem, o perigo vinha do lado, ou seja, do mesmo nível topográfico em que se encontrava. Já para a mulher, o perigo vinha de baixo.
Esse ‘instinto de preservação’ deve ter ser propagado através das gerações – tese de cuja prova incumbe-se a sócio-biologia – manifestando-se em idades mais tenras nos seres humanos contemporâneos.
Na mesma linha de raciocínio temos diversos outros exemplos como os apresentados pelo casal Pease: homens se sentam sempre de costas para a parede em ambientes coletivos e dormem sempre do lado da cama que estiver mais próximo à porta do quarto – reminiscências do instinto de proteção.

Aqui, cabe um adendo: diversas moças, hoje em dia, gabam-se de sua ‘esperteza’ ao afirmarem coisas do tipo: “eles (os homens) pensam que sou besta! Sempre se sentam de costas para a parede para poderem ‘ficar de olho’ nas mulheres que estão passando! Comigo não!”. Bem, sempre é tempo para se rever conceitos...

(continua)

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