quarta-feira, 11 de julho de 2012

O MACACO QUE NÃO DEU CERTO

Há dias venho pensando em tratar sobre tema relacionado à "febre do momento" - a preocupação ecológica.
Bem... provavelmente os "eco-frescos" de plantão não hão de gostar da abordagem, mas... acho que conseguirei suportar a dor de sua rejeição...


O "gatilho" que me motivou a escrever sobre o tema foi uma frase muito bem elaborada pelo amigo Luiz Curti jr.: "O homem é o macaco que não deu certo". 
Bem... acho que, partindo desse mote, não precisarei me alongar, até porque não domino o assunto, mas não custa acrescentar alguns dados...
O "temido" CO2 - marca mais pronunciada do "progresso humano", é capaz de causar o efeito estufa. Grande novidade! 
O que, provavelmente, não seja tão difundido é que o planeta já foi, há cerca de 700 milhões de anos, uma bola de gelo absolutamente inanimada, e que só há vida, hoje, exatamente por causa do efeito estufa decorrente da emissão natural de CO2 de origem vulcânica. E que, depois disso, o planeta entrou em fase de glaciações sucessivas, ocorridas em função de alinhamentos planetários que afetam a órbita da terra, afastando-a, temporariamente, do sol. E, no momento, estamos saindo de uma glaciação e nos dirigindo ao período de máximo aquecimento natural da terra. E ainda, que os oceanos, em épocas de glaciação, chegam a ter o seu nível rebaixado em até cem metros, por aprisionamento da água em blocos de gelo. E que, por óbvio, com o aquecimento - que ocorre naturalmente! - o nível dos mares tende a subir.
É claro que a intensificação da atividade industrial e a massificação do uso de automóveis (mormente com o IPI reduzido!) aceleram e, em certa medida agravam tal processo. E há quem diga que o "cocô das vaquinhas" seja igualmente pernicioso, no que tange ao dano causado ao ozônio atmosférico.
O fato é que, como sempre, o "macaco que não deu certo" tende abordar as questões sob a ótica do antropocentrismo (ou deveríamos dizer "simiocentrismo"?).
Nada há de errado na emissão de metano. E discutir-se sobre reduções na emissão de gás carbônico é exercício de pseudo-conservacionismo, vez que, como sempre, quer-se ir para o céu, mas sem morrer!
Todo mundo, e em particular os "eco-frescos", clama por um ar mais puro, mas não abrem mão de andar com seus carros e de colocar mais "eco-fresquinhos" no mundo, que, em uma ou duas décadas, completarão, orgulhosos, a marca do oito bilhões de "macacos defectivos".
Todos os povos querem "salvar o planeta", mas não abrem mão da tecnologia que lhes garante conforto e consome indiscriminadamente recursos finitos e não-renováveis.
O "antropocentrismo verde" é criação tão sui generis que chega a gerar slogans aberradores como "agropecuária sustentável"! 
Como é o HOMEM que está no centro do sistema planetário, tudo gira em torno de suas atividades, e, por óbvio, tudo tem de a elas se adaptar.
"Sustentabilidade" torna-se coqueluche; cria-se um "comércio paralelo" de "selos verdes" e, por óbvio, tenta-se obter mais lucro com a "onda preservacionista".
E como tudo vira festa - porque o homem é ser gregário, festeiro e vaidoso -, gastam-se mais de US$ 200 milhões para promover uma "ECO-alguma coisa" que não logra êxito algum.
Bem, mas ao menos o "homem" esteve em evidência! E alguns lucraram com isso... é o que importa!
O fato é que, enquanto se discute soluções para o pseudo-problema, desvia-se o entendimento humano da real causa das mazelas ecológicas do planeta: o próprio homem!
Será tão difícil de perceber que a taxa do crescimento demográfico humano, mais que vertiginosa, é vergonhosa?
Salvo engano (e caso haja algum, perdoem-me, mas estou com preguiça de consultar o deus-google), a população mundial manteve-se estável desde a idade média até a revolução industrial, em torno de um bilhão de pessoas. Da revolução industrial até meados do século XIX, passou para cerca de dois bilhões. E em pouco mais de um século, pulou para sete bilhões!
Um crescimento exponencial injustificável, aviltante, pernicioso e indecoroso.
Mas que não causa surpresa! Afinal, já que se duas grandes e catastróficas guerras não foram capazes de satisfazer a demanda do capitalismo por novos mercados (ainda que tenham enriquecido muita gente - que o diga o senhor Ford!), o jeito é expandi-los!
Ou você acreditou que a China ex-comunista, que primou por rígido controle de natalidade durante décadas, começou a incentivá-la - após tornar-se capitalista - porque está preocupada (como alegou) com quem irá cuidar de seus velhinhos?
Uma única coisa impulsiona todos os atos humanos - o interesse. E o principal deles é pelo lucro. E, para dar espaço ao dendê, os orangotangos da Indonésia serão extintos nos próximos dez anos. Para vender afrodisíacos, os chineses (como se precisassem!) patrocinam a matança do rinoceronte (pelo seu chifre) e dos tigre (pelo seu pênis!!!!!!). Ambos estarão extintos entre dez e quinze anos. Pelo mesmo motivo, tubarões são mortos pelas suas barbatanas, em nome da ereção, na nação mais populosa do planeta. E esses, os "ferozes" tubarões, morrem, por motivos diversos, à taxa de 42 milhões por ano, e tiveram sua população diminuída em 70% nos últimos 40 anos.
A lista é imensa e esses são apenas alguns poucos exemplos.
Como diz o "agente Smith", os homens são como vírus, que consomem tudo à sua volta.
E o pior, a meu ver, é a incapacidade de se perceber que não somos "o centro do universo". Somos apenas mais uma das milhares espécies ditas "superiores" que vagam sobre a terra; e que, até pouco tempo (em escala geológica) comíamos carniça apodrecida de restos de caça deixados por predadores.
O que nos diferencia é a inteligência e a linguagem simbólica. 
Porém, da linguagem simbólica, elegemos como ícone máximo, o status (lato sensu) decorrente do acúmulo de riqueza. E quanto à inteligência, colocamo-la a serviço desse fim.
Ou seja, somos os "macacos que não deram certo".

Um comentário:

  1. muito bom o texto. Eu adorei! Parabéns por ser racional e escrever tão bem !

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