quinta-feira, 5 de julho de 2012

EINSTEIN, O "ESTÚPIDO", OU A TEORIA DA RELATIVIDADE DA INTELIGÊNCIA

Uma das definições do vocábulo "estúpido" é: "Que ou o que tem grande dificuldade em compreender, julgar ou discernir por falta de inteligência ou discernimento". (fonte: http://www.priberam.pt)
Por óbvio, herético se torna o título do presente texto, se o interpretarmos segundo essa conotação. Entretanto, é essa mesma a significação que pretendo imprimir ao vocábulo. Você entenderá o motivo de tal absurdo mais adiante.
Pois bem, tradicionalmente a sabedoria de um indivíduo costuma ser posta em relevo, o que se evidencia no reconhecimento mundial da Teoria da Relatividade desenvolvida por aquele iminente alemão de origem judia.
Por outo lado, mentes embotadas, que pouco ou nada produzem, costumam ser ignoradas, e suas produções postas em esquecimento.
Vou reproduzir um fragmento de um interessante livro que li dias atrás e gostaria que você o lesse com atenção e, ao longo da leitura, tentasse identificar quem é o seu autor. Faça esse esforço. É interessante e revelador.


"A anarquia econômica da sociedade capitalista, tal como existe hoje, é, em minha opinião, a verdadeira origem do mal. Vemos diante de nós uma gigantesca comunidade de produtores, cujos membros lutam incessantemente para privar os outros dos frutos de seu trabalho coletivo - não pela força, mas pela observância fiel das regras legalmente instituídas (...) os capitalistas privados controlam, de maneira direta ou indireta, as principais fontes de informação (...). É, pois, extremamente difícil - e na maioria dos casos, realmente impossível - para o cidadão individual chegar a conclusões objetivas e fazer um uso inteligente de seus direitos políticos (...)".
(BROWN, H.R. Albert Einstein. São Paulo: Ed. Brasiliense. 1984. p.61)


Pois bem, é isso... 
Você imaginaria que Einstein teorizou sobre isso? Claro que não. A QUEM INTERESSARIA QUE VOCÊ OU EU SOUBÉSSEMOS?
As palavras de um estúpido estão fadadas a se perderem no vento e seus escritos a perecerem na poeira da História.
Bem, nesse ponto, alguém interessado na manutenção do status quo diverso ao combatido pelo "gênio esquecido", argumentaria algo do tipo: "cada um no seu quadrado" (argumentação genial, aliás!) ou "Como economista, Einstein era um exímio físico". 
Bem, eu gostaria de contra-argumentar o seguinte: capacidade de raciocínio lógico e análise crítica, geralmente fundada em dois métodos científicos vastamente decantados pelos "papas do 'intelectualismo' contemporâneo" - a observação sistemática e a dedução - dela dispõem até mesmo os intelectos "medianas" (como o meu). O uso de silogismos é tão válido às ciências naturais e exatas quanto às humanas, e seu emprego não requer qualquer brilhantismo intelectual. A busca das "premissas maiores" é que pode adquirir nuances subjetivistas em função do que se deseja obter com a "prova" almejada.
Assim, uma vez que não se pode esperar que um débil resolva um problema de integrais triplas, é inconcebível que um "gênio" não disponha de capacidade analítica para constatar premissas e concluir de forma lógica acerca de seu encadeamento.
A contrario sensu, estar-se-ia diante de uma nova descoberta científica quase tão importante quanto a de 1916: a TEORIA DA RELATIVIDADE DA INTELIGÊNCIA, que poderia, talvez, ser assim definida:


"A lógica e a verdade são grandezas entrelaçadas que formam um 'tecido' que pode ser deformado na presença de uma grande massa chamada interesse".

3 comentários:

  1. ótima reflexão, isso mostra que a mente pode pensar em tudo e saber sobre várias coisas. E não do jeito que todos acreditam ser, em que precisa ser especialista em um assunto. Fazem isso, para ter o controle, pois a pessoa só faz um coisa, ela é iludida que só tem capacidade para fazer um coisa

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  2. Não quero dizer que todos tem que ser especialista em tudo, e alguns nem tem um pouco de capacidade. O que quero dizer, é que desde pequenos somos bombardeados por mensagens que dizem que precisamos, escolher, que a mente é imperfeita. 99% das pessoas que escolhem engenharia, odeiam português, e 99% das pessoas que escolhem direito, odeiam matemática. O que é necessário fazer, é saber um pouco de tudo. E não escolher aquela que se tem mais facilidade, porque acha que não tem coragem de aprender a outra parte. Tudo está entrelaçado, até mesmo as matérias que parecem ser antagônicas. Por isso, o mundo está ficando cada vez mais vulnerável as mídias, pois existe uma espécie de tapa em cada um. Impedindo de pensar sobre várias coisas. Assim como mostra no filme, Tempos modernos, de Charle Chaplin

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    1. Você tem razão, Nayla. Muito bem observado! A propósito, penso ser esse "condicionamento" a ferramenta mais eficaz de manutenção de estados de coisas, vez que inerente, tal propensão, à natureza humana. Bastam poucas repetições para se desenvolver um hábito ou um condicionamento.
      Obrigado por seus comentários.

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