terça-feira, 13 de abril de 2010

Síndrome da pseudo-auto-suficiência-adquirida ou o princípio da “reincidência disentérica”


Sabe aquele tipo de pessoa que, ao surgimento de qualquer tipo de incongruência de opiniões apressa-se em dar de ombros e dizer: “F...! Ou é do meu jeito ou tchau”. Algo do tipo “My way or the highway”. Parecem não depender de nada de ninguém, não é mesmo?! Auto-suficientes extremados, crêem sempre que não têm de ser construtivos já que se causarem o afastamento de alguém de seu convívio, outros tantos correrão em sua direção – jamais lhes faltará companhia de qualidade, atenção, carinho. O mundo conspira a seu favor, afinal! Pudera: seu egocentrismo os cega a ponto de crerem que o mundo gira ao seu redor. As pessoas gravitam ao seu redor, alegres, cooperativas, compreensivas, ávidas por agradar. Na primeira contrariedade que sofrem apelam para o instituto conhecido como “chutar o balde”. Como poderia ser diferente? Se sou o centro de tudo, posso execrar as partes que não me agradam, já que outras tantas acorrerão à minha disposição.
Sabe o que é mais interessante (ou engraçado, se preferir)? Vê-las descobrir que um corolário dessa lei que decretaram para nortear suas vidas é o que poderíamos chamar de princípio da “reincidência entérica”. Trata-se de uma incidência factual reiteradamente observada nesses casos em que, após o “chute no balde”, advém, invariavelmente, mais cedo ou mais tarde, efeitos colaterais que poderíamos descrever como “dor de barriga reincidente”. É o velho e bom mote: “dor de barriga não dá uma vez só!”.
Pessoas pertencentes a esse tipo de grupo, ora em análise, fazem o que querem, do jeito que querem e desfazem quando e como querem, sem levar em consideração – claro! – os ganhos que auferiam com a situação que “chutaram”. Fazem-no por um simples motivo: estão certas de serem justas merecedoras de benesses idênticas de quem quer que seja, pelo simples fato de serem “especiais”. Suas necessidades estavam supridas e, por isso, não se ressentiam pela falta de tais suprimentos. Acontece, porém, que, por óbvio, sua análise fora imprecisa, dada sua autoconfiança, sua auto-suficiência. Não imaginavam que, possivelmente, as benesses que recebiam em tal situação fática ou relação, não as encontraria novamente disponíveis como as tinha antes. Ops... a dor de barriga reincidiu! Só que agora não tem mais jeito! O balde foi chutado e o leite derramou. E daí? O que fazer?
Bem... além de uma satisfativa risada de mofa, ofereço-lhe uma sugestão: um lugar quentinho que lembra o acolhimento do ventre materno, é a cama. Chorar em silêncio nela é um bom consolo para os imbecis que se acham melhores do que os outros, e que crêem que dor de barriga dá uma vez só. Se resolverá o problema, eu não sei, mas, ao menos, ninguém o(a) verá chorando e você poderá manter a pose de auto-suficiente, já que o que importa, na verdade, não é a verdade, mas o que os outros devem pensar sobre você, não é mesmo?! Rss... (Desculpe! Escapou!)

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